Rua João Inácio de Souza
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Lei 3/1965 Indiaporã SP 02/04/1965 - Rua João Inácio de Souza
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JOÃO IGNÁCIO DE SOUZA O senhor João Ignácio de Souza adquiriu do doutor José Mendes Pereira & Cia. Caldeiras, em 1920, a quantia de 200 (duzentos) alqueires de terras, no córrego da Estiva. Sendo um dos primeiros moradores da região, fixou residência às margens desse córrego, batizando-o com esse nome, devido a uma grande estiva de madeira feita por eles para enfrentar o atoleiro que se formou no local. Anteriormente nos primeiros mapeamentos, chamava-se Barramento, e era ponto de referência, de onde fizeram seus primeiros contatos com a região, fixando barracas provisórias as famílias João Ignácio, João Malaquia, Onofre Ferreira, Antonio Capadinho e Antõnio Lourenço. Filhos do senhor João Ignácio de Souza: Felício, Francisco, Inácio, José, João, Aparecida, Benedita, Maria e Antônio. O senhor João Ignácio e sua família vieram de Olímpia-SP, em carros de boi, cavalos e burros. Trouxeram vacas, cavalos, éguas, cachorros, porcos, galinhas, etc. Trouxeram armas de fogo, com carabinas, espingardas, cravinotes, cartucheiras, revólveres, garruchas, etc. Caçavam animais em defesa própria e para combater as onças que atacavam os animais domésticos. Caçavam-se porcos selvagens, capivaras, catetos e queixadas para defender as plantações de milho e arroz. A cobra sucuri também se alimentava dos animais selvagens e domésticos. Por isso dava prejuízo para as famílias e deveria ser capturada e morta. O cachorro era o animal mais amigo e fiel aos donos. Garantia grande parte da segurança, dando alerta ao moradores. As cobras venenosas também davam muitos problemas para as famílias pioneiras, pois picavam tanto as criações, como também as pessoas e, como não havia soro anti-ofídico o tratamento era feito através de remédios caseiros extraídos das plantas, ou pela crença nas benzeções. Os primeiros trabalhos realizados forma os de abrir as estradas, com ferramentas manuais como: foice, machado, enxadão, etc., e com o auxílio dos próprios carros-de-boi. Depois com o aumento da população, foi montado um sistema de mutirão para construir capelas, cemitério, pontes e outras benfeitorias. O senhor João Ignácio participava de todos estes eventos e ainda socorria os vizinhos que, porventura, ficassem doentes. Transportava mercadorias para servir a comunidade e também hospedava os viajantes. Possuía engenho de cana e fazia rapadura, melado e doces. Tinha também um tear, com todos os acessórios necessários para a preparação dos fios utilizados na confecção de cobertas e das próprias roupas. Dona ANA TEODORO DE SOUZA, sua esposa, era fiandeira, tecedeira e quitandeira. A principal renda familiar era obtida pela venda de gado, porco, arroz, feijão, milho, algodão, rapadura, etc. A produção era quase toda utilizada para o consumo próprio e o que sobrava era comercializado em Tanabi, Rio Preto e Barretos, transportado em carros-de-boi, e no retorno traziam sal, querosene, arame, pregos, ferramentas e outros. Mais tarde, já nos anos de 1960, apareceram os compradores de mercadorias como arroz, feijão, milho, algodão, capado, etc., o que diminuiu bastante as dificuldades enfrentadas por essa gente, inclusive os compradores também traziam mercadorias, sob encomendas, para seus amigos e clientes. Conceito do autor: Geralmente eram pessoas bondosas, trabalhadoras, respeitadoras das famílias, prestativas e, acima de tudo, honestas nos negócios. Conheci algumas delas pessoalmente, como os senhores Salomão Cance Anção e Mário Pozobom. Data da entrevista para pesquisa: 15 de julho de 1996. Entrevistados: José Ignácio de Souza (Juca Inácio), 82 anos, filho do senhor João Ignácio, Joana Luiza de Souza, 77 anos, esposa do senhor Juca Inácio. Entrevistador: Jesus Ignácio de Souza, filho do senhor Juca Inácio. É considerado uma das famílias pioneiras que habitaram a nossa região. ========================================================================= Texto extraído do Livro Memórias de Indiaporã, Editora Ferjal 2000, Adelino Francisco do Nascimento, páginas 21,22 e 23. ========================================================================= Esta rua foi denominada devido o senhor Juca Inácio, filho do denominado, ter doado as terras para a abertura da referida Rua. João Ignácio de Souza está sepultado no Cemitério de Indiaporã. Data de falecimento: 06/10/1956, com 88 anos. Em seu túmulo destaca-se a frase: "Bandeirante que lutou nestas florestas desde 1918" Data de Nascimento_______ Local de Nascimento______ Pai_____________________ Mãe_____________________ |
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